Cada um de nós participa de vários grupos de WhatsApp e eu mesma participo de alguns com objetivos específicos, outros não, como por exemplos, grupo de família, de oração, de trabalho, mães de sala de aula, academia, amigos da época da faculdade, políticas, campanhas de doação, enfim, poderia citar vários…
Mas eu não quero falar de grupos; quero falar dos componentes dos grupos após um episódio com uma amiga muito especial. Vou chamá-la aqui de Celina para evitar comentários indesejáveis e até mesmo os desejáveis.
Celina estava em um de meus grupos no WhatsApp e de repente saiu. Por eu ser uma das administradoras, a chamei no particular e perguntei o motivo da saída, já que foi um trabalho danado encontrá-la pelas redes sociais (um grupo havia se mobilizado nesta tentativa e foi uma festa quando a localizamos).
Gosto muito de gente sincera, sem rodeios, que fala a verdade (procuro sempre ser assim, apesar do preço ser alto as vezes). Celina agiu dessa forma, sincera, honesta e também me refletir. Perguntei sobre o motivo de sua saída do grupo e ela prontamente respondeu: “Amiga, fico muito feliz e grata pelas suas palavras, mas eu não fiquei porque não gosto de me sentir invisível. Tudo o que eu posto são mensagens e notícias super importantes para mim e meu tempo é valioso demais para ser perdido. Eu gosto de terminar meu dia e verificar o quanto eu aprendi.”
Pois bem, amigos e amigas, ela é uma das pessoas mais sensíveis que conheço e muito ligada às causas do meio ambiente. Faz viagens, consome comidas naturais, participa de cursos, oferece palestras, é reikiana, vibra quando salva uma planta, conversa com elas, descobre o nome das plantas, estuda os benefícios e o histórico delas, enfim, uma pessoa atualizada nesses temas e muito especial, porque quem se relaciona com plantas, ao meu ver, é incomum.
E Celina continuou: “Não tive eco em minhas propostas, sugestões, ideias, temas e muitas vezes nem lidas eram. Por conta disso, achei por bem sair do grupo e investir em grupos aonde eu possa ser útil. Amo todas vocês, mas meu caminho hoje é outro”.
Então refleti e fiquei chocada com a falta de sensibilidade, acolhimento e descuido de nossa parte, especialmente minha. Claro que pedi mil perdões, mas ela é de tamanha grandeza que me disse que entendia perfeitamente que nós estávamos em outro momento e ela respeitava isso.
Comecei a pensar em outras situações de pessoas “invisíveis” que fazem parte de nosso cotidiano, de quando acordamos até a hora que deitamos. Pessoas que trabalham como secretária do lar, faxineira, guarda de banco, segurança de supermercado e de shopping, e tantos outros. Sabem quantos bons dias eles recebem? Pensei também naqueles que fazem todo o serviço de infraestrutura e montagem de eventos. Reparamos neles?
Existe uma fábula do leão que comeu o vice-diretor de uma empresa e ninguém notou. Comeu o diretor financeiro, mas ninguém notou. Comeu a secretária dos recursos humanos e ninguém notou, porém, resolveu comer a moça que fazia o café e todos notaram. Então, ele foi caçado e preso. Nas empresas, a moça do cafezinho é figura super importante, até porque ela sabe de muitas coisas que outros não sabem, mas passa por invisível muitas vezes. A gente não se lembra de agradecer e valorizar cada pessoa de nossa empresa e se acostuma com tudo, tanto com o que é ruim como com o que é bom.
Vamos falar de pessoas invisíveis da nossa casa e de nossa família? Veio à mente o filme de minha vida “As pontes de Madison” que relata a história de amor entre uma dona de casa e um fotógrafo da revista Nacional Geografic. Ela é invisível perante sua família. Ela liga o rádio para ouvir sua música enquanto faz o almoço, mas a filha chega e troca a música. O filho bate a porta ao sair e a deixa falando sozinha. Além do marido que nunca tem tempo para ouvi-la. Mas quando encontra alguém que lhe ouve de verdade e lhe acolhe, a mulher que estava invisível renasce e a história de amor acontece num clima muito romântico e maravilhoso.
Voltando ao nosso assunto, creio que recebi um alerta e compartilho com vocês para que façamos uma reflexão sobre como estamos agindo com as pessoas que convivemos, seja pessoalmente ou virtualmente. E acho que Celina tem razão. Quando não me sentir bem em determinado grupo, talvez seja melhor sair para seguir a vida sem ser escravo de grupos e redes sociais. É como diz Celina: “Meu tempo é precioso demais para ficar jogando para quem não o quer; e o que não me acrescenta, me diminui e isso não quero.”
Deixo então aqui meu convite: vamos fazer este exercício de olhar mais para quem está ao nosso lado, mesmo que seja virtual, e aprendermos mais uns com os outros?
20 Comments
Ola, sei que e difícil e deixamos a desejar, ocupados demais, ocupados nisso, naquilo, e assim passamos o dia, sem nos dar conta muitas vezes, nem com que acontece ao nosso redor.
Infelizmente esta e a realidade, vale a pena refletir. Bjs😘
Amiga, como você esctevê bem e como os conteúdos que fo califa são interessantes! Retorno ao que já lhe disse pessoalmente. Colecione suas crônicas e mais tarde publique última livro.Você é demais! Parabéns e meu abraço.
Erros do corretor, Roseli. *Correções : escreve/ focaliza/ publique um livro
Parabéns amiga lindas palavras.
Muito obrigada amiga.
Reflir e preciso mesmo vivemos muito ficado nas redes sociais e trabalho. etc..
E esquesemos do próximo mais próximo.
Obrigada amiga.
Tudo de bom.
Muitas vezes não prestamos atenção nem em nós mesmos, ver e acolher o outro muito pior.
Nem existe o outro, pois todos somos um, mas nossa conciência está com a percepção muito distante deste nível.
Sim, estamos longe de entender isso. Somos tão ignorantes nesse sentido.
Oi amiga seu texto é fantástico, não quero e nelm gostaria de me sentir invisivel pot isso procuro sempre estar presente nem qie seja somente com um OI.
Melvi querida vc brilha sempre e nunca será invisivel.
Excelente reflexão, e infelizmente uma grande realidade da atualidade, basicamente 80% das pessoas só param para observar aqueles que de alguma forma os trará algum beneficio, do contrário, até mesmo pessoas de uma escala acima dos operacionais se tornam invisíveis
Estamos vivendo a geração que se você não trouxer nenhum beneficio direto, você logo se torna irrelevante.
Percebo pessoas tão fundamentais se retirando de cena, pois não há mais platéia, um número absurdo de pessoas com depressão lotando consultórios terapêuticos, pois nem amigos reais tem sido possível manter, como foi o caso da Celina, após ela mudar o estilo de vida, aqueles que até então a acompanhavam, viraram as costas, pois se você não trouxer algum beneficio, você dificilmente terá algum valor.
Amiga cada dia mais precisamos gostar da nossa companhia e selecionar os amigos como ela fez.
Realmente, temos que dar importância as pessoas que são importantes em nossas vidas.
Simone, temos que olhar todos que passam pela nossa vida de alguma forma são importantes, concordo.
Sem palavras.
Mas, muito bem relatado. Boa reflexão.
Quando alcançamos uma idade maior, nossa maior preocupação é ser verdadeiro, sincero . Se assim agradamos, tudo bem e se não for, tudo bem também. Quem nos ama e está na mesma frequência de energia, permanece conosco. E quem não está, se distância por vontade própria.
E a vida segue.
Graciema, vc me inspira sempre. Um bate papo com você é uma aula. Muito obrigada.
Acho que todos precisamos desligar o botão do “automatico” e viver a vida, olhando e enxergando as pessoas que nos cercam, e até a nos mesmo…
Suian, disse tudo: viver o agora com toda força do nosso ser.
Maravilhoso o texto para refletirmos ,e bem o que está acontecendo na atualidade , participação em muitos grupos ,mil amigos virtual enfim,mas o amigo presente que está ao nosso lado se torno invisível,no mundo da tecnologia ,estamos esquecendo do mundo humano ,amei o texto parabéns.
Lucia as redes trouxeram quem está longe e afastaram quem está perto e isso é muito ruim. Olhar a nossa volta e dar atenção a todos devia ser nossa meta.