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Passei pelo bullyng com muita classe

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Comecei minha vida escolar muito feliz e aprendi a gostar de estudar. Arrumava-me toda, não tinha preguiça e nem dava trabalho para acordar. Saía contente para a escola, falando, cantando. Tinha muitos projetos na vida e estudar era um deles. Gostava de encontrar as futuras amigas, amigos e de conversar muito.

Logo nos primeiros dias de aula aconteceu um pequeno problema que depois se tornou grande. A professora, na hora da chamada, resolveu me chamar pelo primeiro e segundo nomes: Roseli Vitória. Começou então meu primeiro impasse em minha jornada escolar.

Na saída da escola,  eu ia na frente e os meninos me seguiam cantando uma música religiosa que dizia assim: “Vitória, tu reinarás, oh cruz, tu nos salvarás”! Tinha até maestro para conduzir o coral de meninos sem graça e impertinentes.  E cantavam tanto e bem alto para me provocar. Eu entrava correndo em casa chorando e quase sem fala para fugir do constrangimento.

E foram passando, um dia, dois, três… até que tomei coragem, chamei minha mãe e expliquei o que estava acontecendo. Ela chamou meu pai que me pegou no colo e disse: “Filha, vou contar porque escolhemos este nome para você. Seu nome não era para ser Roseli Vitória (bom, fiquei mais tranquila, mas logo veio a bomba). Era para ser Roseli Victória” (com um “c” no meio).

Eu, pálida, pensei que seria pior ainda. Ele continuou: “Seu nome foi escolhido em homenagem à sua vovó, minha mãe, uma grande mulher, e sei que você será também. Então, quando cantarem para você, cante junto e lembre disso que estou lhe contando. Não fique zangada, pois seu nome é muito lindo”.

Fui à escola e nada fiz. Continuei sendo motivo de cantoria e não consegui cantar junto com eles conforme orientação de meu pai. Fiz amizade com uma garota grandona, bem mais alta e forte que eu. Contei o que estava passando e neste dia ela voltou comigo. Quando começaram a cantar, ela gritou pedindo para pararem de mexer comigo. Os meninos ficaram com medo e ela os ameaçou e me colocou na frente deles dizendo: “Vamos lá…vamos então cantar todo mundo junto”!  A amiga foi a maestra e a gozação parou. Tocamos a vida e nunca mais ninguém cantou para mim.

Passou um tempo e uma menina (que não devia ser nada minha amiga) disse em voz alta que   tínhamos uma prova sobre sermos descendentes de macacos, e que bastava só olhar para a boca da Roseli. Lógico que fui o centro das atenções e até mesmo o professor achou muita graça. Depois desse dia, virei a menina com boca de macaca, a macaca ou bocuda.

Quando não pude mais segurar a barra, chamei minha mãe que resolveu o problema. Disse ela: “Roseli, vou comprar um batom lindo para você! Vamos passar e você vai beijar uma folha de papel”. E assim fizemos.

Perguntou então minha mãe: “O que você está vendo?” Falei que era um coração e bem vermelho. E ela continuou: “Pois bem, minha filha, sua boca é um coração e não deixe de usar batom, porque fica um coração lindo e colorido”.

Depois desse dia, parei de dar bola para piadas, eles pararam e eu nunca mais deixei de usar batom.

O que falar sobre bulling? Ele sempre existiu e sempre vai existir. Mas meus pais me ensinaram a administrar os problemas, sempre ao meu lado, já que não tinham acesso e nem possibilidade de educar os filhos dos outros. E cada apelido que me davam ou algo que ocorria comigo, transformava literalmente, o limão em uma limonada.

O que sugerir? Trabalhem a autoestima de suas crianças, digam o que é certo ou errado e elogiem quando acertam, mas por outro lado apontem também as falhas. Muitas crianças não sabem conviver com o “não” ou críticas, porque não exercitam em casa.

Os apelidos que muitas vezes parecem ser engraçados, inocentes ou até mesmo pequenas brincadeiras que acontecem dentro das famílias, não são interessantes e devem ser proibidos para evitar que essa prática aconteça fora de casa também.

As famílias e os pais esqueceram de que o laboratório da vida é a família e o lar deve ser um local de muito amor e um espaço para diálogos intermináveis, sobretudo, lembrando que além dos valores que você ensina, existem outros que os filhos vão aprender fora de casa. Ouçam seus filhos! O silêncio deles assusta e significa que não está tudo bem. Abracem seus filhos e deixem que eles abracem vocês também!

 

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17 Comments

  1. Roque Luiz facioni disse:
    1 de maio de 2019 às 10:06

    São coisinhas pequenas comparado com a reação de quem sofrem com bulling atualmente. Feliz vc que teve amparo dos pais com muito amor e lucidez.

    Responder
    • Maria dos Reis Silva Pacheco disse:
      2 de maio de 2019 às 10:44

      Bom dia Roseli!!
      Achei maravilhosa a sua experiência vou divulgar para as famílias.
      Muito obrigada

      Responder
      • Roseli Vitoria disse:
        6 de maio de 2019 às 06:15

        Muito obrigada. A intenção é essa apresentar uma opção para ajudar neste desafio na educação dos filhos.

  2. Maria Helena disse:
    1 de maio de 2019 às 10:26

    Parabéns, Roseli, pelos sábios pais!
    Se todos fizessem isso, quanto sofrimento se evitaria!
    Muito obrigada

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      6 de maio de 2019 às 06:16

      Maria Helena tive muita sorte pela familia que tive.

      Responder
  3. Claudia da Cunha Sales Rizerio disse:
    1 de maio de 2019 às 21:17

    Texto maravilhoso amiga. Obrigada por compartilhar sua experiência e principalmente suas boas soluções e esse apoio grandioso e com.muita sabedoria dos seus pais

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      6 de maio de 2019 às 06:17

      Claudinha com uma pitada de amor e sabedoria se resolve tanta coisa né?

      Responder
  4. Salete disse:
    1 de maio de 2019 às 22:58

    Engraçado isso né!? Na época não era bullying, era apelido! Eu era tão magra que me chamavam de libélula, pernilongo, vara pau, pau de virar tripa, gafanhoto e por aí a fora! E olha que nem tinha como me queixar para os professores porque eles mesmos me chamavam de pernilongo, libélula… Minha mãe? Era professora tbm, e também me chamava de seca… Me dizia que não me importasse com os apelidos, pois qdo eu fosse adulta teria um corpo muito bonito! 🤔 Talvez ela tenha exagerado um pouco! Kkk mas não carrego traumas por causa disso! Até porque hj não teria como me chamarem assim! 🤷😂😂

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      6 de maio de 2019 às 06:18

      Salete morri de rir lendo seu comentário. Você é muito iluminada e tirou de letra o que muita gente carrega a vida toda. Parabéns amiga.

      Responder
  5. Marco Antonio Goulart disse:
    2 de maio de 2019 às 19:39

    Estudei numa escola onde cada um tinha seu apelido. E tinha algumas alcunhas “cabeludas.” Escola masculina.
    Sem problemas.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      6 de maio de 2019 às 06:19

      Marco, e hoje vive numa boa sem carregar os traumas deste período. que bom!!!

      Responder
  6. Lucia Elena Chagas Rocha disse:
    2 de maio de 2019 às 21:02

    Que linda sua história, não falo do bullying ,mas sim da maneira linda que seus pais encontraram de te ensinar ,o teu valor ,tua beleza e tirar de letra qualquer bullying ,por mais país assim como os seus ,por que na minha opinião e esse apoio que está faltando hoje ,e aumentando a cada dia o suicídio de tantos adolescentes e jovens .

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      6 de maio de 2019 às 06:20

      Lucia, falta sim esse amor, essa paciência e o dialogo. Fico triste quando vejo jovens tirando a vida ou matando por causas que daria para resolver sim, se o amor falasse mais alto.

      Responder
  7. Fabiana Laurindo disse:
    4 de maio de 2019 às 19:17

    Participar na vida dis filhos e procurar entender sempre será a melhor escolha. Realmente o silêncio quase sempre é sinal de dificuldade de expressão… muito bom texto

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      6 de maio de 2019 às 06:21

      Fabi, amor, sabedoria e muito dialogo é receita sim para uma boa educação e a solução para mutos problemas. Concordo com você, participar da vida dos filhos, sempre.

      Responder
  8. Marcia disse:
    8 de maio de 2019 às 14:51

    Kkkkk gostei eu era chamada de desbotada e se tomava sol de peneira por causa das sardas.
    Hj tenho mais cor , mas as sardas estão ai e me lembram minha mãe que dizia que puchei por ela ….com um certa culpa. Mas a vida é linda e não podemos deixar que aparentes imperfeições cubram o seu brilho.Palmas para seus Pais.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      14 de maio de 2019 às 20:54

      Marcia minha mãe era muito sábia, tenho muito do que ela ensinou, não deixava a gente se fazer de vitima, brigava e se pudesse dava uns beliscões. A vida é linda sim… vamos viver.

      Responder

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