Desde muito cedo aprendi em minha educação financeira que parte do que ganho mensalmente devo guardar para investir, outra parte reservar para doação ou para a caridade, e o restante gastar com a minha família. Estes critérios bem práticos e bem definidos nortearam a minha vida e sempre vivi bem, com conforto, sem luxo e sem extravagâncias (a não ser quando meu emocional pirava, descontava em pares de sapatos que somaram centenas, mas esse assunto fica para outro momento).
O que vou falar hoje é sobre algo que sempre me deixa dúvida: devo ou não dar esmolas? Como agir? Muitas vezes, assim como vocês, sou abordada por pessoas, muitas crianças e mulheres com vozes fracas e doentes pedindo um dinheirinho.
Já consultei líderes religiosos de alguns seguimentos. As repostas se diferem, mas nenhuma delas me convenceu.
– “Os ricos devem dividir com os pobres”. Bom, como não sou rica, não me sinto na obrigação de dividir.
– “Quem dá aos pobres empresta à Deus”. Como sei que Deus não precisa de nada emprestado, também estou fora desta turma.
– “Aja conforme seu coração”. Meu coração não manda em mim, então, não posso agir conforme instruções dele.
– “Faça a sua parte, doe e não se preocupe”. Então, se ninguém mais fizer parte nenhuma, não valeu a pena.
Somente para esclarecer um pouco da minha dúvida da questão que trago para vocês…
Tenho um critério em minha vida; todo dia procuro fazer uma boa ação. Em um final de tarde estava fazendo compras em Brasília a um supermercado, apareceu uma senhora com o braço engessado pedindo uma doação, porque não estava conseguindo trabalhar e não tinha amparo do INSS. Pensei na oportunidade em fazer minha boa ação do dia. Peguei um pacote de cinco quilos de arroz, coloquei no carrinho dela e saí mais feliz do que ela. Ambas falamos “muito obrigada”. Quando saí do supermercado, peguei um taxi e olhei ao lado. Vi a mesma mulher retirando o gesso e colocando os produtos no carro. Então, contei ao taxista que havia ajudado aquela senhora e ele respondeu: – “Olha, todos a ajudam. Eu a conheço e ela tem um mercadinho na vila tal e vende tudo o que ganha”.
Um outro dia, eu estava em um supermercado em Fortaleza e um jovem me contou uma história bem triste e comovente sobre uma criança que havia acabado de nascer, que ele estava desempregado e que a criança não tinha nem fraldas. Fiquei muito comovida, comprei dois pacotes, coloquei no meu carrinho e o rapaz me explicou que ele ficaria do lado de fora do caixa e que assim que eu pagasse, entregasse as fraldas a ele. Assim eu fiz e ele foi embora. Nisso, a moça do caixa me disse que aquele homem fazia isso o tempo todo e nem filhos ele tinha. E que vendia as fraldas e ficava com o dinheiro.
Enfim, eu teria muitas situações para contar. Exemplo de quantas passagens ajudei a comprar e depois ver a pessoa na mesma cidade ainda. Algumas vezes atrevi a perguntar se haviam desistido da viagem, algumas saíram correndo e outras gaguejaram tentando se justificarem.
Hoje, ajudo instituições que conheço que possuem um projeto interessante e têm objetivos claros e concretos. Não é possível medir a felicidade de ajudar alguém a mudar sua vida, curar sua doença ou ainda ter uma vida mais digna. Às vezes, ainda me pego pensando que é papel dos órgãos institucionais, mas enquanto eles não “descobrem” e cumprem esse papel, eu as ajudo, assim como outras pessoas que se sensibilizam pelas causas humanitárias.
Ainda tenho dúvidas quanto a dar esmolas ou qualquer outra doação para pessoas na rua ou em restaurantes. Me sinto um pouco idiota pelas muitas vezes que fui enganada.
E o que você acha disso? Pode dividir conosco sua opinião?
56 Comments
Muito legal e verdadeiro.
Mas na dúvida prefiro ajudar, pelo menos fiz minha parte.
Isso mesmo, cada um tem a sua opinião e a gente vai vivendo.. o texto pede esta reflexão mesmo.
Oi bem questionável ,mas eu penso da seguinte maneira tem e casos e casos e algumas situações você fizemos um bem enorme em ajudar mesmo financeiramente!
Reflexão mesmo. Cada caso é um caso.
Neste mundo tem pessoas se dizem muito esperto, pedem dinheiro, outros medicamentos, outros passagens, outros comidas, e assim por diante, às vezes mesmo sabendo das malandragens acabados doando algo, isso deve estar no nosso interior, de sentirmos gratificantes de uma boa ação…
Fernando este lado humano e carinhoso do ser humano é que faz a gente s emocionar com as situações.
Tem vezes que sinto uma vontade muito forte de ajudar e o faço e me sinto muito bem com a alma limpa.
Olá que bom, fico muito feliz e acredito em você.
Aconteceu comigo diversas vezes , mas eu penso : fiz a minha parte e se fui enganada o universo irá se incumbir que ensinar arquem no lesa.
Sandra que bacana você pensar assim.
Muito interessante o texto ,como agir de maneira correta sem saber se quem nós aborda pedindo vem com a verdade ,difícil mesmo ,mas aprendi desde cedo que eu tenho a minha verdade e compaixão,e cada um e responsável por suas atitudes sejam quais forem ,assim me sinto em paz .
Lucia a verdade de cada um, sim, isso é o que conta. Fique feliz.
Muitas vezes me faço a mesma pergunta. E prefiro ajudar ainda que não seja verdade o motivo. Ao menos ajudei ali naquele momento e saio com a consciência limpa que fiz a minha parte. Más, já passei por essa mesma situação de ajudar a pessoa e descobrir que ela mentiu.
E ficam duas sensações, ter ajudado e estar feliz e a outra ser enganada. Incrível.
Temos diversas formas de ajudar além e por vezes mais importantes que o financeiro. Pessoas que estão sofrendo na solidão principalmente idosos que vivem amargurados, por não receberem carinho e atenção principalmente dos familiares. Outros que lastima a perda de um ente querido; São inúmeros os problemas que perturbam o dia a dia de seres viventes. É crescente a falta de atenção causada pela indiferença que vem se alastrando a cada momento. Estamos vivendo a era da indiferença, do aconchego, do relaconamento entre as pessoas. Não há mais aquela aproximação entre vizinhos. Os amigos são mais virtuais, até mesmo dentro de casa onde muitos se comunicam de um compartimento a outro pelas redes sociais e a crise existencial está se alastrando de forma agravante. É necessário o compartlhamento para que a vida se torne mais prazerosa
Amiga Terezinha você explicou muito bem sob outras formas de ajudar e é possível sim mudar este mundo através da vida das pessoas com pequenos e singelos gestos.
Eu fico realmente sem saber o que fazer nesses momentos, as vezes eu ajudo outras não.
Você pensa como eu. Duvidas!! dúvidas!!!
Acho muito importante ajudar aos menos
Favorecido !
Vernei é muito importante sim ajudar.
Eu procuro ajudar sem me preocupar qual será o resultado dessa ação. Se a pessoa agiu com má fé é ela quem terá que prestar contas mais tarde. Abraços!
Marlei, esta atitude é muito sensata e deve ser a mais usada pelas respostas que estou lendo.
Eu sigo a orientação do momento. Se sentir que devo doar eu o faço, ou vice versa.
Marco, já descobriu um caminho. Ótimo, assim deve ser muito bom.
Eu sempre procuro ajudar, principalmente pessoas nos sinais de trânsito fazendo malabarismo ou vendendo algo para mim essas pessoas estão trabalhando por isso eu sempre as valorizo.
Adoro dar comida e roupa para pessoas nas ruas por isso eu sempre procuro andar com essas coisas no carro.
Quantidade maior de dinheiro só dou para instituições que conheço e sei da sua seriedade.
Más eu entedo muito essas dúvidas de doar ou não porque já fui enganada algumas vezes e a sensação de se sentir como troxa é péssima!!! Más eu entrego a situação para o universo e penso: triste dele ter que mentir e se sugeitar a isso para ter as coisas,graças a Deus estou no papel de ajudar porque tudo vem a mim em abundância e principalmente sendo abençoado por Deus
Uma vez meu marido estava em um posto de gasolina quando duas crianças pediu dinheiro a ele.
-Ele disse: dinheiro eu não dou, más vamos na loja de conveniências e cada um pode pegar uma coisa. Para surpresa e espanto dele cada uma das crianças pegou um litro de leite foi quando ele perguntou? Por que o leite? – É que nós temos um irmaozinho em casa e ele está sem leite.
Meu marido disse que deu um “nó na garganta” pegou mais alguns leites virou para as crianças e disse: o leite do irmão de vcs eu compro más agora vcs vão escolher alguma coisa para vcs. Cada um pegou um pacote de bolachas e os três saíram daquele posto transbordando de felicidade.
Michele, muito linda sua participação e seus relatos. Realmente fiquei emocionada pelas crianças.
A vantagem de quem mora em cidade pequena e outra.Quando temos. que ajudar alguem,sabemos o motivo e o endereco.Realmente e desagradavel ajudar e a pessoa com cara de coitado que nem precisa.Essas pessoas deveriam ser punidas.
Ada, ajudar e saber quem e ver o resultado é muito mais interessante sim e quem engana deveria receber punição, afinal é crime.
Realmente e uma situação delicada. Se ajuda quem nao precisa .. as vezes nem e ajuda. Mesmo assim ajudo pessoas na rua. Mas acho o melhor caminho é a entidade idonea. Temos um cadastro na igreja q recebe e doa a quem precisa. Espero estar acertando. Bjos
Cristina, muito delicada sim.
Realmente não dá mais para acreditar em todo mundo com histórias tristes e penosas porque a gente não sabe onde está a verdade….
Conheci uma senhora em Recife que formou dois filhos e comprou sua casa própria fazendo esse tipo de coisa. Será como consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila? Eu não conseguiria….
Monica. isso que me incomoda, poderia ajudar mas dentro da honestidade.
Muitas vezes passei por situações iguais às que você descreveu. Aqui em Florianópolis há uma campanha “ não dê esmolas. A esmola alimenta a miséria “ , encaminhe para assistência social. Os pedidos virtuais por mais comovente que sejamprocuro checar primeiro. Quase sempre são falsos. Também ajudo entidades e às vezes muito próximo a gente tem quem precisa também.
Neldir, gostei desta campanha e concordo com o tema. As entidades devem ajudar inclusive encaminhar até o emprego.
Ja parei varias vezes pra pensar sobre isso , mas sempre acabo ajudando e penso q fiz minha parte ….. mas, com certeza ajudar entidades idôneas e a melhor atitude.
Esta pensando como eu. Muito Obrigada
Tenho comigo: fazer o bem sem olhar a quem. E nunca me arrepender do bem que fiz. Quanto à esmolas… Não sou a favor mas cada um deve fazer o sentir que deve fazer. Um dia posso dar esmolas e em outro sentir que não devo.
Beneficia a alma, corpo. Compartilha.
Gostei da forma simples e pura com que você explicou.
Boa tarde.
A ação que realizo doando alguma coisa para alguém ou para uma entidade faço de maneira a ajudar pensado na ação do bem que faço. Quando ajudo alguém não espero nada em troca, se ajudei é sinal que podia entao fiz o que é ou era certo no momento. E a vida continua. Abraços.
Gostei de ver, a vida é assim, criar critérios e tocar para frente. Abraços para você também.
O importante é voce fazer a sua parte. O doar não é só a parte material e sim um aperto de mao, um sorriso, um abraço e muito mais carinho.
Cacilda doar uma oração um telefonema cheio de amor também faz parte.
Interessante questionamento. O que fazer? Procure primeiro se inteirar sobre a real situação dexquwm pede. Procuro sempre por informações pertinentes. Na minha cidades na muitas crianças nas portas de bancos pedindo dinheiro. Mas uma vez fui ajudar da moça do comércio ao lado me disse que são crianças obrigadas a fazer aquilo por seus pais. Quem é mais cruel? Fiquei pensando e conclui q nosso sistema econômico leva muita gente a pobreza. Ainda mais se for de espírito que é o que nos move para o bem. Assim procuro instituições íntegros e sigo ajudando dessa forma.
Lavinia, vejo que vc pensa como eu. Ajudar através das instituições sérias e comprometidas com a verdade.
Gostei do texto, Roseli.Cada um decide o que fazer de acordo com suas possibilidades e consciência também. Há pessoas que ,realmente , precisam. Outras que são oportunistas, preguiçosas, falsas. Doações maiores em espécie, acho melhor, para quem pode , serem feitas a instituições. Pessoas idosas que são especiais, expondo fisicamente o problema que têm na perna , braço ou outra parte do corpo, eu ajudo com uma doação em espécie ( apesar de ser pouca). Crianças ás portas de lanchonetes, supermercado. prefiro dar um lanche que peço para eles escolham ,mas não dou dinheiro com receio de o usarem para vícios. Acho um absurdo é ver mulheres aparentemente sadias , ainda jovens,sentadas á porta de lojas com bebês nos braços , sob um sol escaldante . exploração criminosa.
Nadir sempre me questiono sobre essas situações e meu posicionamento, mas estou gostando muito das sugestões daqui.
Interessante este tendo. Já passei por várias decepções, por isso quando deparo com algum pedinte, mesmo com vontade de dar recuo. Prefiro ajudar pessoas carentes que deparo na minha andança pela vida.
Clélia é o que a atitude das pessoas nos ensina. Agir conforme o que aprendemos.
Eu sempre aprendi que devemos ajudar as pessoas e sigo até hj os ensinamentos e exemplos de minha vó algumas vezes a gente é enganada pelas pessoas mas eu fiz minha lição e vivo em paz.
Sirley Foquezatto, que bom que você já tem essa questão bem resolvida. Fico feliz!
Passei por muitas situações e hoje não dou esmolas.
Porque?
Simplesmente acredito que a pessoa que trabalha e tem caráter , não irá pedir esmolas. Ela se desdobra; trabalha mais.
No máximo pedirá emprestado a parentes.
Então hoje ajudo a pessoas ou instituições que conheço, assim me sinto mais feliz.
E aquele do semáforo com cara de fome, creio ser fome de Droga e depois ainda acaba matando.
Fernanda, penso que você analisou bem essa questão e que bom que resolveu, fico feliz!!
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