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19 de janeiro de 2019
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26 de janeiro de 2019

Lembranças eternas

23 de janeiro de 2019

Hoje quando estava indo para o centro da cidade de carro com meu marido, uma jovem  que estava no ponto de ônibus pediu carona. Parei o carro e ao entrar ela já foi agradecendo, pois chegaria mais cedo nos Correios, seu destino.

Muito falante, em poucos minutos apresentou logo o seu currículo, nome e o que fazia. Estava com muita pressa, pois os Correios iriam fechar e ela não poderia deixar de cumprir sua tarefa.

Como sou muito curiosa perguntei o que ela faria nos Correios. Ela então, mostrou-me um envelope branco e disse com muita seriedade que iria postar uma carta de sua irmã destinada à uma amiga de Capim Grosso, na Bahia. Contou-me que há muitos anos se correspondem e que sempre posta as cartas em favor da irmã e também as retira.

Meu marido e eu começamos a rir educadamente, se é que se pode dizer isso.  Nossas mentes voltaram há 19 anos quando ele me conquistou pela conversa no telefone, pelos poemas de amor que me enviava e relatos do que lhe acontecia no dia a dia. Quantas cartas recebi e quantas outras enviei!

Confesso que me deu uma ponta de nostalgia, mas logo o silêncio roubou a cena. Comecei a pensar que muitas mulheres em tempos de hoje não irão ler palavras que refletem a alma de quem escreve e não vão se emocionar com as juras secretas de amor que poderiam receber.

Eu gostava tanto de escrever, que andava com papel e caneta para registrar minhas emoções e meus momentos, para depois enviar ao meu amado que respondia as cartas assim que as recebia.

Como era bom! Escrever à caneta com minha letra e ver a letra do outro, era uma sensação de muita alegria. Por isso, em momentos de nostalgia pego minha caixa dos sonhos onde as cartas de minha vida estão guardadas e releio uma por uma, sentindo a mesma emoção de antes como se o tempo tivesse voltado.

Voltei-me à jovem moça e perguntei: “Sua irmã tem celular?” E ela respondeu: “Ah, tem sim, mas ela gosta mesmo é de escrever. E escreve num tanto que não sei aonde arranja tanto assunto. E olhe que toda semana ela manda uma carta!”

Diante dessa observação, caímos na risada. Então, me lembrei de uma amiga querida que quando vou me consultar filosofamos muito, e na última vez, o assunto foi sobre a cerimônia que existia para enviar cartão de Natal para amigos, parentes, clientes e fornecedores; e sobre a lista dos merecedores, a escolha do motivo do cartão e a mensagem. E eu como gostava muito de escrever, fazia uma mensagem para cada um. Sentava e de posse de minha imaginação entre a imagem da pessoa e de meu sentimento por ela, me deliciava escrevendo.

Eu e minha amiga demos boas risadas. Saudosismo? Fora de moda? Hoje tudo é praticidade? Mas eu penso assim: “Poxa, todos recebem o mesmo cartão mecânico, sem emoção e de repente, aparece um abraço ou qualquer outra mensagem que me comove muito mais, pois mostra a presença humana de quem enviou.

Em nossa adolescência, havia um caderno e em cada folha uma pergunta de foro íntimo, tipo: música que você gosta, se fosse para uma ilha deserta quem iria junto, dentre outras. E quando aquele “menino” respondia, dava vontade de dormir abraçada com o caderno e não deixar mais ninguém responder, porque era a vida dele ali presente.

Sinto dizer, mas nenhuma rede social substituiu a carta, o cartão, os sentimentos que as mãos passavam através das palavras e até o cheiro do perfume da mulher enamorada para encantar ainda mais o seu amado.

Há 20 anos atrás, vivi o maior romance de minha vida através de mensagens escritas pelo próprio punho. Hoje, continuo recebendo mensagens e declarações pelas redes sociais, mas confesso que meu coração ainda bate descompassado quando, junto com as flores, vem um cartão com a letra do meu amor.

Percebo que antes as palavras eram mais valorizadas e respeitadas, e hoje me preocupa a banalização, a falta de vontade de escrever, de ler, de entender além do que está escrito através da interpretação.

Então, sabe aquele ditado: “Em terra de cego quem tem um olho é rei?” Pois é….

Quase esqueci de minha história, mas eu queria mesmo era poder ver a reação e sentir o coração da amiga citada de Capim Grosso na Bahia ao receber aquela cartinha.

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38 Comments

  1. Julio de Oliveira Lins disse:
    23 de janeiro de 2019 às 09:22

    Eu só tenho que agradecer inclusive por todos os tombos que tive. Os tombos, as decepções nos ensinam a viver melhor. Também declaro que a nossa grande arma em busca da felicidade, é de não desistir nunca, pois o amor sempre está nos acompanhando secretamente, é só não desistir e procurar. Estas palavras revelam porque encontrei o grande amor de minha vida, que é Roseli Vitória Lins. A ele eu agradeço ter conseguido já maturidade de minha vida os meus melhores momentos.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:05

      Meu amor prometo que a cada dia que passa farei o impossível para ser merecedora de tanto amor e de tanta dedicação. Muito obrigada pelas palavras que recebo ate hoje como se fosse no tempo de namoro. Te amo

      Responder
  2. Claudia da Cunha Sales disse:
    23 de janeiro de 2019 às 13:50

    Que lindo! Em tempo de redes sociais e tudo tão automático, saber que tem pessoas valorizando essa maneira tão linda e gostosa de manifestar amor, através de uma carta, ou cartão…não tem preço… é emocionante. Adorei a história. Beijos

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:06

      Dra Claudia,nossa parceira e amiga irmã, vc também gosta de escrever cartinha que eu sei e recebo muitas. Muito obrigada por tanta sensibilidade e por fazer tanta gente feliz.

      Responder
  3. Ana disse:
    23 de janeiro de 2019 às 14:32

    Que lindo depoimento
    Vcs são pura inspiração.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:06

      Ana, muito obrigada pelo carinho.

      Responder
  4. Fernanda disse:
    23 de janeiro de 2019 às 16:38

    Maravilhoso mãe!!!
    Que falta esse carinho irá fazer para essa geração!

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:07

      Minha filha, vc deve ter muitas que eu te escrevo rs… Também sinto pelos que não vão viver este momento.

      Responder
  5. Simone disse:
    23 de janeiro de 2019 às 16:42

    Lindo texto! 👏🏽👏🏽👏🏽
    Recordo-me até hoje, de meu pai, recebendo cartas de seus parentes distantes. Pegando e relendo, dando espaço para os sentimentos e emoções.
    A expectativa já era tudo!
    Quando a carta chegava ele nós reunia para ler, e saber das novidades contadas. Nós dias de hoje com SMS, WhatsApp e e-mail as pessoas não têm mais esse lindo hábito de expressar seus sentimentos em um pedaço de papel.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:09

      Simone, já visualizei seu pai lendo e dramatizando as noticias. Que momento lindo para a família de vcs.!

      Responder
  6. Andrea disse:
    23 de janeiro de 2019 às 18:20

    Que lindo e inspirador!

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:09

      Muito obrigada querida.

      Responder
  7. Rose Veras disse:
    23 de janeiro de 2019 às 18:23

    Boa tarde!

    Escrevi diários até depois de casada. Cada palavra escrita refletia emoção, aprendizado, experiências… á medida que o tempo passava e a maturidade aproximava-se.
    Fui co quitada, também através da palavra escrita, nelas lia e relia o sentimento mais nobre, o amor.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:10

      Rose Veras, tenho certeza que vc encanta as pessoas quando conta histórias porque tem o dom da palavra. Imagino seus escritos….

      Responder
  8. Rose Veras disse:
    23 de janeiro de 2019 às 18:32

    Correção do erro de digitação:

    Conquistada

    Responder
  9. Josi Miranda disse:
    23 de janeiro de 2019 às 20:32

    Lembrei-me do tempo em que eu fazia amizades por correspondência através dos gibis do Zé Carioca, onde havia uma seção no final da revistinha para vc deixar seu nome, hobbies e interesses. Quando meu nome saiu nessa seção, comecei a receber muitas cartas com pedidos de amizade de todo o Brasil, era maravilhoso “conhecer” e esperar pelas cartinhas, chegava a incomodar a moça dos correios perguntando se havia carta para mim (rs). Esse acontecimento ocorreu em um momento da minha vida em que havia perdido minha avó e eu estava no meu primeiro estágio de depressão, encontrei na qual eu chamo hoje de “cartaterapia” uma forma de lidar com a doença e logo me debrucei para ler e respondê-las, conheci pessoas e lugares sem sair de casa, me emociono quando lembro de tudo isso. Parabéns pela história, Roseli! Muitos que irão ler, vão sentir nostalgia, assim como eu. 😘

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:12

      Josi Miranda que história linda vc dividiu conosco fiquei emocionada. Imagino sua alegria dividir sua vida com tantas pessoas e como vc aprendeu.. nossa !!
      muito obrigada.

      Responder
  10. Noemia disse:
    23 de janeiro de 2019 às 20:35

    Boas lembranças, ja iniciei algumas mas nao cheguei a enviar, mas a saudade e grande…..

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:12

      Noemia ainda da tempo de enviar rs.

      Responder
  11. Juliana disse:
    23 de janeiro de 2019 às 21:25

    As cartas expressam melhor nossos sentimentos, texto incrível.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:13

      Juliana, que bom que vc gostou!!

      Responder
  12. Jane disse:
    23 de janeiro de 2019 às 22:26

    Que linda história, as pessoas sempre nos surpreendendo, penso que ainda podemos modificar nossos meios de comunicação e torná-los mais próximos, sentir a emoção de receber uma carta e deixar o sentimento aflorar.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:16

      Jane vc sabe que eu gosto de escrever e muito, não perco oportunidade de expressar emoções e sentimentos pela palavra escrita e fico zangada quando tem texto programado tipo tantas letras rs.

      Responder
  13. Marlene disse:
    24 de janeiro de 2019 às 11:01

    Que história linda, de ler fui lá nas lembranças e recordações da minha mãe recebendo cartas dos meus irmãos que estava distante nossa como era bom viu.Como é bom saber que essa forma de se comunicar ainda existe.👏👏👏

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:17

      Marlene fico feliz que este texto proporcionou esta recordação tão bonita em você. Sua mãe se ainda está neste mundo adoraria receber uma carta sua. que tal??

      Responder
  14. Anônimo disse:
    24 de janeiro de 2019 às 11:26

    Que saudades!! O tempo da cartinhas…..

    Responder
    • Anônimo disse:
      24 de janeiro de 2019 às 11:26

      Keli

      Responder
      • Roseli Vitoria disse:
        27 de janeiro de 2019 às 20:18

        Keli ate hoje eu leio e releio as que me mandaram rs.. amo.

  15. Alcione disse:
    24 de janeiro de 2019 às 16:42

    Que lindo!
    Maravilhosa sensação!
    Como os jovens de hoje nunca saberão como é esta emoção. Podem buscar emoções parecidas ao ansiar pelo desfecho de um bom livro de romance, poderia sugerir até uma biblioteca digital já que a tecnologia é o padrão atual.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:19

      Alcione muito obrigada pela participação espero sempre sua sugestão, quem sabe…

      Responder
  16. Polliane disse:
    25 de janeiro de 2019 às 10:45

    Que ótima recordação D.Roseli, até hoje tenho todas as cartas guardas com muito carinho❤️.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:19

      Polliane a moça da carta, que bom e tenho certeza que gosta muito de reler.

      Responder
  17. Nadir Xavier de Andrade disse:
    26 de janeiro de 2019 às 14:45

    Lindo texto, amiga Roseli! Pois é, desenhou meu perfil. Continuo saudosista, mas no bom sentido. Tenho saudades do que foi bom e foi um bem na minha vida. E ouço ou leio alguém me dizendo que sou saudosista. Não me incomodo. Vou procurar um texto que escrevi há tempos e publiquei em algum livro (não me lembro em qual) e vou enviá-lo para você. Obrigada amiga. Continue sendo feliz se lembrando do que vale a pena. Beijos.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:21

      Nadir não ligo quando me chamam também acho até um adjetivo, um luxo ser saudosista e estar antenada nas tecnologias atuais como é o nosso caso. Manda sim o texto. muito obrigada pelo carinho de sempre.

      Responder
  18. Mônica Lins disse:
    27 de janeiro de 2019 às 16:01

    Cartas trocadas dependendo de quem as envia e de quem as recebe.Eu passei anos recebendo cartas sem sentido do meu ex marido que era meio perturbado e não sabíamos……kkkk,mas cartas vindas de vc Roseli devem ser especiais.Beijos querida!

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      27 de janeiro de 2019 às 20:36

      Monica gostei da observação depende de quem manda. Vou mandar uma carta para vc, aguarde.

      Responder
  19. RebMearry disse:
    30 de maio de 2019 às 14:35

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    Responder
  20. Kelvochef disse:
    7 de junho de 2019 às 23:58

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