escrever publicação
gavetas (ver publicações)
comentários
desconectar (sair)
  • Contemplações de uma vida plena
  • viagens
  • videos
  • dicas
  • fotos
  • visita de especialista
logologologologo
  • inicio
  • sobre
  • contato
  • viagens
  • videos
  • dicas
  • fotos
  • visita de especialista
Siga nossas redes sociais:
facebook varanda facebook varanda
O mestre dos gênios
23 de março de 2019
A coragem de ser imperfeito
30 de março de 2019

Feira de minha terra

27 de março de 2019

Meu marido sempre conta as histórias de sua infância e eu dou muitas risadas. Vou partilhar com vocês uma delas:

“A minha cidade na Bahia era pequena, mas já naquela época tinha muito progresso estimulado pela febre do cacau. Foi habitada por posseiros, desempregados, comerciantes, gente importante de várias cidades, que para lá foram fazer negócios e muitos terminaram fazendo as suas moradas definitivas. Lá tinha cinco agências bancárias, advogados, médicos, várias escolas e cursos ginasial e comercial. Mas o que eu quero mesmo, é contar sobre o que acontecia nas feiras livres aos sábados.

Começavam de madrugada e terminavam ao pôr do sol. Eram dias muito intensos, onde os habitantes da cidade faziam a feira, que era a compra de gêneros alimentícios e até de artesanatos. Vendia-se de tudo: farinha de mandioca, feijão, frutas, hortaliças e outros produtos como milho assado, mingau de milho verde e de tapioca. Era um barulho daqueles, provocado pelos comerciantes e feirantes que gritavam oferecendo os seus produtos. Existia muita harmonia e pequenos desentendimentos eram logo solucionados. Havia respeito mútuo entre os vendedores e clientes.

Eles, os vendedores, entretanto, tinham muitos apelidos e muita gente com sobrenome de bichos como coelho, galo, leão e outros.

Naquele tempo, xibungo, perobo (como se fala na Bahia –  nos dias de hoje é bicha, gays, homossexuais) era muito difícil de ver. O preconceito era muito grande e aqueles que “se escondiam no armário” dificilmente tinham coragem de sair. Fiz essa colocação para contar uma briga que aconteceu em virtude da falta de comunicação.

Havia um feirante que tinha a alcunha de Panta Leão e ele gostava de assim ser chamado.  Era um senhor de pouco mais de 30 anos, que atendia sua clientela com alegria e prestimosidade.  Vendia produtos de uma granja que possuía, tomate, maxixe, quiabo, coentro, aipim etc. Mas o grande problema dele era o seu nome verdadeiro. Tinha o sobrenome de bicho. Apesar de ser uma pessoa livre de qualquer suspeita, o seu sobrenome era Veado (Viado na pronúncia).

No entanto, ele não se importava e atendia o cliente normalmente quando era assim tratado: -“Seu João Viado, eu quero tais produtos!” Não havia problema algum, mas dizia baixinho para si mesmo: – “Da próxima vez, me chame de Panta”.

A briga aconteceu quando um cara, talvez com a cabeça cheia de pinga, chegou à frente dele e disse: -“Seu João, viado!”

Aí, caros amigos, ele tomou como ofensa. Veja que o grande problema foi a vírgula. Na primeira abordagem, a entonação, a vírgula, foi colocada depois do nome “viado” e na segunda, antes da pronúncia de “viado”.

Deu aquela confusão! O Panta Leão partiu para a porrada e daí pra frente quase todos os feirantes entraram na briga. Foi tomate, maxixe, molho de coentro para todos os lados. Depois, tudo foi serenado e o Panta Leão foi embora e passou meses sem aparecer na feira.

Um belo dia, ele bem cedinho retornou puxando um jumentinho carregado com os seus produtos, e montada no meio da cangalha toda acolchoada, uma cabrocha (mulata jovem) com um barrigão daqueles! Era a Matilde, companheira do cara brigão. Na verdade, o Panta Leão estava fazendo um retorno triunfante, mostrando a todos que ele era Viado somente no nome. Foi recebido com regozijo e palmas pelos companheiros feirantes e pelos clientes presentes.

Terminando, um amigo se aproximou dele, que trazia na face aquele sorriso do lado do queixo, e perguntou: – “Como vai ser o nome do bebê, Panta?” Ele respondeu: – “Se for mulher, qualquer nome serve. Pode ser Eulália, Noêmia…sem problema. Mas ser for menino, ainda não escolhi, mas a minha grande preocupação é se colocarem nele o apelido de Pantinha Viadinho”

 

Compartilhe
5

24 Comments

  1. Roque Luiz facioni disse:
    27 de março de 2019 às 09:55

    Muito boa. Temos histórias hilárias a vida nos presenteou.

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:05

      Roque cada história que daria um belo filme e faria muita gente rir.

      Responder
  2. Franciane Oliveira do Nascimento disse:
    27 de março de 2019 às 10:09

    Kkkkkkkk mas que sobrenome hein!?

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:05

      Muito engraçado.

      Responder
  3. Rubenilton disse:
    27 de março de 2019 às 10:14

    Kkkkkkkkkkkkk

    Responder
  4. Cristina Bernardes disse:
    27 de março de 2019 às 10:59

    Kkkkkk!! Muito boa mesmo.

    Responder
  5. Anônimo disse:
    27 de março de 2019 às 11:07

    Grande historia. Nada se compara a família Pinto Brochado.

    Responder
  6. Mônica Lins disse:
    27 de março de 2019 às 11:13

    Essa história eu não conhecia……muito boa!

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:07

      Monica consegui que ele se abrisse para meu blog que agira é nosso diz ele. rs

      Responder
  7. Isabella disse:
    27 de março de 2019 às 11:37

    Júlio, meu pai, homem especial, para mim um gigante e sim: compreendido, respeitado e amado, trazendo ótimas histórias reais a este blog! Te amo meu pai!
    Obrigada, Roseli! 🌻

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:08

      Isabella ele já é um contador de histórias agora terá cadeira cativa aqui. Beijos

      Responder
  8. Anônimo disse:
    27 de março de 2019 às 13:41

    Mal de nome o vivente kkkkk. Quase igual o Ainda Bebes de Aquinos Frois.

    Responder
  9. Lucia Elena Chagas Rocha disse:
    27 de março de 2019 às 14:11

    Maravilhosa a história ,muito divertida .

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:06

      Deu para dar alguma risada?

      Responder
  10. Kathien disse:
    27 de março de 2019 às 14:18

    Muito boa história!! Kkkkkk

    Responder
  11. Neldir disse:
    27 de março de 2019 às 16:12

    Eu só imagino o Júlio contando e ilustrando com gestos o tal fato verídico. Ele é ótimo contador de histórias e essa é muito boa. Abraço

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:06

      Exatamente Neldir, as pessoas ficam encantadas com sua maneira de ser.

      Responder
  12. Rafael D’ Agostini disse:
    27 de março de 2019 às 20:06

    😂😂😂 realmente uma vírgula faz toda a diferença!

    Responder
  13. Anônimo disse:
    27 de março de 2019 às 20:32

    Linda história!!💋❤

    Responder
  14. Vernei disse:
    27 de março de 2019 às 21:30

    Muito boa a istoria

    Responder
  15. Silvana disse:
    29 de março de 2019 às 12:22

    Muito engraçado e como sempre nos nomes familiares continua mas com diminutivo kkkk

    Responder
    • Roseli Vitoria disse:
      10 de abril de 2019 às 22:09

      Silvana e o bulling?? ri muito e imaginei o sofrimento do cidadão.

      Responder
  16. Fernanda Martelli dagostini faria disse:
    10 de abril de 2019 às 21:39

    😂😂😂😂😂😂😂

    Responder
  17. LesGossex disse:
    5 de junho de 2019 às 13:05

    Generic Levitra Canada Pharmacy viagra Prix Du Vrai Viagra Auregenerics Fairy Pharmacy

    Responder

Deixe um comentário para Franciane Oliveira do Nascimento Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Outras publicações desse tipo

15 de outubro de 2019

Aprendizado na cachoeira


Ler...
9 de outubro de 2019

A erva terapêutica do sagrado feminino


Ler...
2 de outubro de 2019

Meu filho tem diabetes


Ler...